quinta-feira, 31 de maio de 2018

Um vilão chamado plástico




Às vésperas do dia mundial do meio ambiente, que será celebrado no próximo dia 5 de junho, decidi escrever sobre um dos principais problemas ambientais dos últimos anos, o plástico.

Canudos, sacolas, copos, garrafas, além de muitos outros produtos e embalagens utilizadas hoje em dia são feitos desse material que se tornou um verdadeiro vilão para o meio ambiente.

Criado em 1907 por um químico belga chamado Leo Baekeland, a invenção do plástico sintético como conhecemos hoje foi considerado na época uma verdadeira revolução, já que se tratava de um material viável comercialmente porque podia se aquecido ser moldado, e além disso é muito durável.

Antes da invenção do plástico sintético, existia o plástico natural, onde a matéria prima era a resina de algumas árvores, já o plástico utilizado hoje é produzido através de derivados de petróleo, carvão e gás natural.

Ocorre que, se por um lado o plástico é muito útil, por outro lado, qual é o tamanho da nossa preocupação com o destino dos resíduos resultantes do consumo desse material e consequentemente o impacto ambiental gerado por esse processo?

Estarmos cercados de produtos feitos de plástico, e metade de todo o plástico que é produzido é usado somente uma vez e em seguida descartado, alguns exemplos disso são os copinhos de café, os canudos plásticos além dos pratinhos e garfinhos de bolo entre outros.

Outra praga para o meio ambiente além dos já citados são as garrafas pet, afinal, quem nunca viu uma delas boiando nos córregos que cortam as cidades? Vale lembrar que esses córregos desaguam em rios, rios esses que desaguam nos mares, portanto, todo esse trajeto pode ser percorrido pela garrafa pet.

Atualmente o planeta produz 50 milhões de toneladas de garrafas pet por ano, e mais de 8 milhões de toneladas são despejadas nos oceanos no mesmo período, afetando milhares de espécies marinhas.

Hoje sabemos que uma garrafa pet leva em média 200 anos para se decompor no ambiente, assim, aquela garrafa que percorreu córregos, rios e hoje pode estar no oceano, deverá ainda existir mesmo tendo nós partido desta para outra e continuará existindo durante as vidas de nossos filhos e netos.

Já uma notícia boa sobre o tema saiu em 2016, quando cientistas japoneses descobriram em um lixão a bactéria Ideonella sakaiensis, bactéria essa que decompõe o polietileno tereftalato, material do qual são feitas as garrafas pet.  Foi sem dúvidas uma grande descoberta e imediatamente começaram estudos a fim de descobrir de que forma isso ocorria.

Considerando que o plástico é uma invenção recente, esse ser vivo passou a ter a capacidade de degradar plástico recentemente, e isso em termos de evolução de uma espécie é um tempo muito curto, por isso essa descoberta foi surpreendente.

Mas será que isso resolve o problema? Acho que não, pois como vimos a descoberta já tem dois anos e muito ainda deve ser feito até que se tenha um resultado prático. Além disso, estamos falando apenas do plástico visível aos nossos olhos, e não daquele que já submergiu e está em solo oceânico.

Pesquisadores dos EUA identificaram micro-organismos marinhos que estavam fazendo a digestão de plástico, mas essa descoberta pode não ser tão animadora. Isso porque não se sabe o subproduto que é gerado por essa digestão, podendo ser um tipo de toxina já que, como dito anteriormente, os plásticos são feitos com derivados de petróleo, que quando decompostos podem apresentar um certo nível de toxidade. O risco está em que o subproduto contamine toda a cadeia alimentar.

Dados recentes mostram que existem hoje cinco trilhões de partículas de plástico boiando nos oceanos, formando cinco grandes depósitos de lixo flutuantes que são maiores que muitos países.

Um dos produtos de plástico que atualmente está na mira das ações em prol do meio ambiente são os canudos, esse objeto está sendo proibido já em alguns países como França, Bélgica, Noruega, Uruguai,Panamá e Costa Rica.

Tive uma experiência não tão agradável envolvendo canudos plásticos no meio ambiente, veja:

Durante uma viagem de férias, fui praticar mergulho livre em uma praia linda do litoral do Nordeste do nosso país, quando para minha surpresa, em vez de encontrar muitos seres aquáticos, dei de cara com centenas de canudos plásticos submersos e fincados na areia.

Despendi então algum tempo e fôlego para retirar alguns canudos do solo e levar para fora d’água. Enquanto saia com aquela coisa colorida em minhas mãos várias pessoas vieram até mim perguntar do que se tratava aquilo tão colorido e bonito que eu acabara de retirar da água, para a decepção minha e deles eu respondia: são canudos plásticos.

 Mais tarde descobri como eles chegavam lá. Geralmente quando tomamos uma bebida na praia utilizando canudos, saímos e deixamos copos, latas e canudos nas mesas para que o atendente do quiosque os retire, mas como no litoral do Nordeste venta muito, os canudos eram levados para a água antes de serem recolhidos.

Assim, fica a dica para que possamos encaminhar corretamente nossos resíduos, reduzindo assim o nosso impacto ambiental, de forma que não prejudiquemos a vida marinha e nem as gerações futuras com nossas ações. 

Lembre-se, não é o ambiente que depende de nós, nós é que dependemos dele.

domingo, 10 de setembro de 2017

O Nautilus


Talvez quando você se depare com o nome Nautilus, (do grego, “marinheiro”), logo o associe ao submarino que recebeu o mesmo nome na grande obra de ficção escrita por Júlio Verne, Vinte Mil Léguas Submarinas.

Porém, o que muitos não sabem é que o Nautilus realmente existe, mas não é um submarino, e sim uma espécie de um molusco marinho de aproximadamente 20 centímetros e que geralmente é confundido com caracóis.

Esse animal é um cefalópode. Cefalópodes são um grupo de animais marinhos que possuem como principal característica os pés modificados para tentáculos em suas cabeças, e que existem desde o período cambriano, cerca de 542 e 488 milhões de anos.

Os parentes próximos e mais conhecidos do Nautilus são os polvos e as lulas, e assim como seus primos esse animal possui células pigmentares chamadas de cromatóforos, que dão a eles a capacidade de mudar de cor para se camuflarem no ambiente conforme a necessidade.

Diferente do polvo ou da lula, o Nautilus possui uma concha calcaria protetora que é dividida em várias câmaras, ele ocupa a última delas e as demais cheias de ar são utilizadas como aparelho hidrostático, para ele flutuar. Perceba que esse esquema de flutuabilidade utilizando câmaras é o mesmo usado pelos submarinos.

O Nautilus é um animal predador, ele possui de 60 a 90 tentáculos sem ventosas e olhos grandes e bem desenvolvidos, que são utilizados para caçar seu alimento, em geral peixes e pequenos crustáceos.

Para nadar ele utiliza uma única barbatana, localizada no abdômen, possui ainda um órgão sensorial que o ajuda a manter-se equilibrado, essa estrutura chama-se estatocisto, além disso, também como seus parentes próximos, pode se utilizar de um jato d’água expelido por uma cavidade em forma de funil chamada de sifão, para fugir de predadores, mas mesmo assim é considerado um animal lento.

Na classificação científica, o filo Mollusca é o segundo maior filo animal com mais de 80.000 espécies viventes, perdendo somente para o filo Arthrópoda. Dentro do filo Mollusca, a classe dos cefalópodes, onde o Nautilus, as lulas e polvos fazem parte, é representada por apenas 650 espécies viventes.

O ramo da biologia que estuda os moluscos chama-se, malacogia, e o especialista em malacologia é o malacólogo.


Pesquisas realizadas por cientistas, através de fósseis, indicam uma queda muito grande no número de cefalópodes nos oceanos no decorrer dos anos. E por mais que muitas espécies tenham desaparecido já há muito tempo e por seleção natural, não podemos negar que a espécie humana certamente hoje em dia colabora para o declínio de espécies que vivem nos oceanos, já que infelizmente o cuidado com o berço da vida não faz parte das prioridades dos homens.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Unicórnios existem!


Quem foi que disse que unicórnios não existem? 

Existem sim, mas não daquele tipo que você está pensando, provavelmente um pequeno cavalo branco com um corno pontiagudo na testa, nesse caso se trata de um cetáceo chamado Unicórnio-do-mar, (Monodon monóceros), também conhecido como Narval e que vive nas aguas geladas do Canadá e da Groelândia.

 Mas o que é um cetáceo, e quem é esse tal de Unicórnio-do-mar? 

Cetáceos são animais mamíferos exclusivamente aquáticos, como por exemplo as baleias e os golfinhos. Os cetáceos possuem em seu corpo adaptações que lhes permitam viver nesse ambiente, como um corpo hidrodinâmico, uma grossa camada de gordura para proteção de baixas temperaturas, a migração das narinas para o alto da cabeça, a redução na quantidade de pelos e a locomoção por propulsão pela cauda em posição horizontal.

O Unicórnio-do-Mar se trata de uma baleia, onde os machos possuem um dente canino esquerdo que se alonga, rompendo a carne do animal e podendo chegar de dois a três metros de comprimento, dando assim a impressão de um corno saindo da cabeça, daí seu nome, unicórnio.

Essa estrutura é oca e pode chegar a pesar dez quilos. Durante um bom tempo ela foi ligada somente a característica sexual do animal, já que somente os machos as possuem. Mas, através de pesquisas recentes e com equipamentos mais modernos como por exemplo os drones, pode-se observar que esse dente longo também é utilizado para a alimentação, já que eles o utilizam para desorientar os bacalhaus do Ártico ao atingi-los rapidamente, deixando-os assim atordoados e fáceis de serem devorados.

O cientista canadense Clint Wright, que já fez várias expedições ao Ártico para estudar os Narvais, relatou em uma entrevista que, segundo ele o dente alongado dos narvais por estarem ligados ao tecido nervoso do animal, podem ajudar na navegação pelas aguas congelantes daquela região.

Durante a Idade Média, alguns povos europeus acreditavam que a presa era na verdade um chifre de unicórnio e teria poderes mágicos, o que acabou levando ao aumento da caça, principalmente pelos vikings e outros povos do norte, que revendiam o produto pelo continente.

Até hoje esses animais são caçados, sua carne e pele são utilizadas como alimento e seus ossos utilizados para confeccionar ferramentas, mas essa caça é controlada e não chega a ser uma ameaça para a espécie.

A única ameaça atualmente para os Narvais é o aquecimento global, já que com o aumento da temperatura dos oceanos, a formação de gelo fica instável e acaba por enganar as baleias, que ao subirem para respirar se deparam com placas de gelo gigantescas desprendidas do continente e acabam por se afogar.

Os membros da União Europeia proibiram a importação de presas desse animal e discutem outras maneiras de ajudar na preservação da espécie com o objetivo de garantir que as futuras gerações possam conhecer esse animal, o “diferentão” Unicórnio-do-Mar.

domingo, 16 de abril de 2017

A ave Secretário


O Secretário, também chamado de Serpentário, (Sagittarius serpentarius), é uma ave de rapina africana de hábitos diurnos.

Ela habita todas as regiões da África do Sul e do Saara, preferindo em geral as savanas, mede em média 1,5 m de altura, sendo os machos apenas um pouco maiores que as fêmeas.

Seu bico é curvo e pontudo, os pés terminam com garras superfortes e unhas bem afiadas, características comuns em aves de rapina. Vivem geralmente em casais, costumam fazer voos baixos geralmente planando nas correntes de ar e também caminham muito durante o dia, a cerca de 3 km/h.

A alimentação do secretário tem como base as serpentes, mas ela pode também se alimentar de roedores e anfíbios. Essa ave usa suas pernas longas e fortes para dominar e matar o animal com poderosos chutes na cabeça.

Na hora da caça ela fica de asas abertas fazendo um tipo de dança, (foto), para que as sombras das assas confundam a presa e assim ela possa fazer ataques certeiros.

Veja aqui um vídeo de como essa ave faz para matar sua presa!  
Em um documentário sobre animais africanos que assisti recentemente, foi relatado que essa ave, além de ser a única espécie de sua família, Sagittariidae, ela também é a única ave do mundo que pode regurgitar água, visto que entre as aves, somente alimento sólido é regurgitado, justamente para alimentar o parceiro ou os filhotes.

Os ovos dessa ave são alongados e de cor cinza azulado, sendo chocados de 40 a 46 dias pela fêmea que não abandona o ninho, assim, o macho é quem fica responsável por alimenta-la durante esse período. Os filhotes depois de nascidos estarão em condições de seguir sua vida independente com cerca de 3 meses de vida.

Essa ave ainda não está correndo risco de extinção, mas sua população é pequena devido ao número de ovos que coloca por postura, apenas dois uma vez por ano.

Agora você deve estar se perguntando, mas afinal por que ela se chama Secretário? Bem, na verdade seu nome é uma corrupção da língua árabe, saqr-et-tair, palavra essa que significa "ave caçadora".

Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Rastros humanos



Quando nos deparamos com a palavra rastros, logo vem a nossa mente marcas como as pegadas deixadas por animais em locais pelos quais tenham passado. Mas quantos de nós, seres humanos, será que já pararam para pensar em que rastros estamos deixando no planeta durante essa nossa estada por aqui?

Segundo os cientistas, os humanos existem há cerca de 195 mil anos, isso é menos de 0,01% da história terrestre, que é de 4,5 bilhões de anos, mas, já alteramos tanto a química e a biologia do planeta que, em 1995 o cientista holandês Paul J. Crutzen, Nobel de Química daquele ano, criou um novo conceito, que seria uma nova época na história geológica do planeta, o Antropoceno.

As Eras, Épocas e Períodos são unidades usadas para dividir o tempo geológico do planeta baseadas nas grandes mudanças que ele sofreu, segundo Crutzen, o Antropoceno teria seu início na época em que o ser humano começou a alterar consideravelmente as características do planeta, ou seja, começou a deixar sua marca definitiva. 

A única discussão entre os cientistas seria definir se essa época se iniciou há 200 anos atrás com a revolução industrial, ou deveria ser considerada já em meados de 1945, visto que os sedimentos já estariam contaminados devido aos testes nucleares.

E essas alterações continuam a ocorrer até hoje, na porção terrestre, por exemplo, com a construção de cidades e a expansão da agricultura mudando completamente o relevo. Na atmosfera, com o lançamento de gases tóxicos, nos rios, lagos e oceanos com o despejo de fertilizantes e metais pesados, além das alterações feitas nos cursos de rios para a construção de represas e se não bastasse, tudo isso ainda causando extinções de outras formas de vida.

Mais da metade das pessoas do mundo já moram em áreas urbanas, e segundo ainda os pesquisadores, no futuro, os geólogos irão encontrar sedimentos muito diferentes ao analisar nossas áreas costeiras, elas serão camadas geológicas com concreto, metal e plástico.

Mas, será que o homem não se dá conta do que está fazendo?

Minha opinião é que isso tem muita relação com uma coisa que está presente no nosso dia-a-dia: o lixo doméstico. 
Vejam, cada vez que um cientista afirma, por exemplo, que a atmosfera está sendo afetada pela queima de combustíveis fósseis, e que isso está causando o aquecimento do planeta, ainda há quem duvide de tais afirmações só porque não está vendo nada acontecer no céu!

Acho que o homem é muito de se impressionar somente com aquilo que ele pode ver, pois, de uma forma geral a partir do momento em que o problema não é visto, é como se não existisse, e vida que segue.
Fico imaginando o que já há de lixo depositado no solo dos oceanos, mas há quem duvide, afinal de contas não está vendo nada!

Nas minhas últimas férias fui pescar na região de Santos-SP, e foi justamente por essa pescaria que resolvi escrever sobre o assunto do impacto do homem na terra, já que foi a primeira vez em que pesquei mais lixo do que peixe. 
Fiquei realmente abismado com a quantidade de plástico que vi, imagino a quantidade de lixo que existe, mas já não vemos mais. 

Isso só reforça a teoria do cientista que citei acima, que existirão no futuro camadas geológicas de plástico, e isso é realmente lamentável.

Quando me deparo com esses “rastros humanos”, me pergunto: Será que o homem é tão inteligente quanto pensa? Pois, que outro animal destrói o próprio habitat? 

Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Arara-azul


Psitacídeos é o nome dado ao grupo de aves que possuem como principal característica o bico arredondado e forte, e que é usado para quebrar e descascar sementes. Alguns exemplos desse grupo são: os papagaios, as cacatuas, os periquitos e as araras.

A Arara-azul, (Anodorhynchus hyacinthinus), é o maior psitacídeo do mundo podendo atingir 1,0 metro de comprimento da ponta do bico a ponta da cauda, ela pode chegar a pesar até 1,5 kg.
Sua plumagem azul é mais escura nas asas, o bico é cinza escuro e a mandíbula e o contorno dos olhos são amarelos.

Ela pode ser encontrada nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Maranhão, Bahia, Pará e Minas Gerais, geralmente observadas em bordas de matas e beira de rios onde há palmares.

Sua alimentação é basicamente formada por castanhas de frutos. Elas primeiro comem os frutos e eliminam os caroços, passado um tempo e já após a ação dos ventos e da chuva que deixam os caroços mais limpos, elas descem ao chão para quebrar a casca e comer a castanha.

Enquanto a alimentação acontece, sempre uma delas fica de sentinela para proteger o grupo, e a qualquer sinal de perigo ela abre o berreiro para que todas as companheiras se retirem do local imediatamente.

Como a maioria dos psitacídeos as araras são fiéis entre si, o casal passa a maior parte do tempo junto dividindo as tarefas e trocando carinhos, elas alisam e limpam as penas do parceiro, e esse carinho é chamado de “alopreening”.

A fêmea bota de 1 a 3 ovos e a incubação dura de 28 a 30 dias, durante esse período o macho fica responsável pela alimentação de ambos.
Após 3 meses de nascidos os filhotes já estão dando seus primeiros vôos e começando a se alimentar por conta própria.

Uma curiosidade é que as araras podem eventualmente ingerir um pouco de terra dos paredões onde elas costumam fazer seus ninhos, e isso acontece para que elas absorvam alguns sais minerais presentes no solo para compensar a falta deles no organismo.

Vimos acima que essa arara pode ser encontrada em vários estados brasileiros, mas porque será então que ela faz parte da lista de animais ameaçados de extinção?

A resposta é simples e infelizmente comum, além dos predadores naturais que atacam seus ovos, como os urubus, os gambás, e os quatis, as queimadas e o desmatamento causados pelo homem, infelizmente colaboram e muito para que essa ave se encontre nessa situação.


Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Simples carroceiros ou agentes ambientais?


Quem mora ou passa pelas grandes cidades, já se acostumou a conviver com os catadores de papelão e seus carros gigantes rodando pelas ruas. Pois, quem nunca teve que desviar de um desses enquanto dirigia ou era passageiro?

Geralmente, com suas carroças feitas de carcaça de geladeira ou madeira tosca, essas pessoas muitas vezes sustentam uma família inteira com essa atividade, e se por um lado são mal vistas por atrapalharem o trânsito e causarem poluição visual à cidade, por outro lado são essas pessoas que recolhem toneladas de lixo que tiramos de nossas casas e jogamos em nossas ruas.

O trabalho dos carroceiros contribui com a despoluição da cidade, pois dá-se o destino correto a alguns materiais e ameniza possíveis enchentes que possam ocorrer por causa desse lixo, apesar de infelizmente ainda ser comum vermos pneus e garrafas pet boiando pelos córregos.

Todo esse material depois de recolhido geralmente é vendido para os chamados ferros velhos, que posteriormente encaminham para empresas de reciclagem ou cooperativas. Todo esse processo colabora diretamente com a preservação do meio ambiente e também com a geração de emprego e renda.

Em um ferro velho de médio porte, em média, são depositados aproximadamente 7.000 kg de ferro, 10.000 kg de papel, 200 kg de alumínio e 100 kg de cobre por mês, esse último sendo o de maior valor comercial.

Muito importante lembrar que temos também o lixo eletrônico, são toneladas de monitores, impressoras, teclados e celulares que ficam ultrapassados e são substituídos com uma rapidez surpreendente. É importante saber que metais pesados como o mercúrio, o cádmio e o chumbo estão presentes nesses equipamentos e podem causar grandes danos ao meio ambiente e ao homem se descartados incorretamente.

Um carroceiro trabalhando de segunda a sábado, pode ganhar até um salário mínimo por mês, sendo esse o único recurso que irá dispor para se sustentar. Tenho um exemplo bem próximo a mim, um senhor sem estudos, que recolhe os recicláveis do bairro para com isso propiciar ao filho um futuro melhor que o dele, pois com essa renda ele paga os estudos do filho.

Vale lembrar também que, apesar de serem sim um tipo de agentes ambientais práticos, contribuindo com a coleta de materiais recicláveis, o aumento de pessoas nessa atividade está diretamente ligado ao desemprego e a crise pela qual passa o país.

Tenhamos fé então, que um dia uma atividade como essa seja apenas uma opção de trabalho para algumas pessoas, e não a única saída para algumas famílias não passarem necessidades.

E como se diz nos dias atuais, #fica a dica, façamos pelo menos nossa parte dentro de casa, a separação do lixo orgânico do reciclável.

 Obrigado pela leitura!