Às vésperas do dia mundial do meio ambiente, que
será celebrado no próximo dia 5 de junho, decidi escrever sobre um dos
principais problemas ambientais dos últimos anos, o plástico.
Canudos, sacolas, copos, garrafas, além de
muitos outros produtos e embalagens utilizadas hoje em dia são feitos desse
material que se tornou um verdadeiro vilão para o meio ambiente.
Criado em 1907 por um químico belga chamado Leo
Baekeland, a invenção do plástico sintético como conhecemos hoje foi
considerado na época uma verdadeira revolução, já que se tratava de um material
viável comercialmente porque podia se aquecido ser moldado, e além disso é
muito durável.
Antes da invenção do plástico sintético, existia
o plástico natural, onde a matéria prima era a resina de algumas árvores, já o
plástico utilizado hoje é produzido através de derivados de petróleo, carvão e
gás natural.
Ocorre que, se por um lado o plástico é muito
útil, por outro lado, qual é o tamanho da nossa preocupação com o destino dos
resíduos resultantes do consumo desse material e consequentemente o impacto
ambiental gerado por esse processo?
Estarmos cercados de produtos feitos de
plástico, e metade de todo o plástico que é produzido é usado somente uma vez e
em seguida descartado, alguns exemplos disso são os copinhos de café, os
canudos plásticos além dos pratinhos e garfinhos de bolo entre outros.
Outra praga para o meio ambiente além dos já citados
são as garrafas pet, afinal, quem nunca viu uma delas boiando nos córregos que
cortam as cidades? Vale lembrar que esses córregos desaguam em rios, rios esses
que desaguam nos mares, portanto, todo esse trajeto pode ser percorrido pela
garrafa pet.
Atualmente o planeta produz 50 milhões de
toneladas de garrafas pet por ano, e mais de 8 milhões de toneladas são
despejadas nos oceanos no mesmo período, afetando milhares de espécies
marinhas.
Hoje sabemos que uma garrafa pet leva em média
200 anos para se decompor no ambiente, assim, aquela garrafa que percorreu
córregos, rios e hoje pode estar no oceano, deverá ainda existir mesmo tendo
nós partido desta para outra e continuará existindo durante as vidas de nossos
filhos e netos.
Já uma notícia boa sobre o tema saiu em 2016, quando
cientistas japoneses descobriram em um lixão a bactéria Ideonella sakaiensis, bactéria essa que decompõe o polietileno
tereftalato, material do qual são feitas as garrafas pet. Foi sem dúvidas uma grande descoberta e
imediatamente começaram estudos a fim de descobrir de que forma isso ocorria.
Considerando que o plástico é uma invenção
recente, esse ser vivo passou a ter a capacidade de degradar plástico
recentemente, e isso em termos de evolução de uma espécie é um tempo muito curto,
por isso essa descoberta foi surpreendente.
Mas será que isso resolve o problema? Acho que
não, pois como vimos a descoberta já tem dois anos e muito ainda deve ser feito
até que se tenha um resultado prático. Além disso, estamos falando apenas do
plástico visível aos nossos olhos, e não daquele que já submergiu e está em
solo oceânico.
Pesquisadores dos EUA identificaram micro-organismos
marinhos que estavam fazendo a digestão de plástico, mas essa descoberta pode não
ser tão animadora. Isso porque não se sabe o subproduto que é gerado por essa
digestão, podendo ser um tipo de toxina já que, como dito anteriormente, os
plásticos são feitos com derivados de petróleo, que quando decompostos podem
apresentar um certo nível de toxidade. O risco está em que o subproduto
contamine toda a cadeia alimentar.
Dados recentes mostram que existem hoje cinco
trilhões de partículas de plástico boiando nos oceanos, formando cinco grandes
depósitos de lixo flutuantes que são maiores que muitos países.
Um dos produtos de plástico que atualmente está
na mira das ações em prol do meio ambiente são os canudos, esse objeto está
sendo proibido já em alguns países como França, Bélgica, Noruega, Uruguai,Panamá
e Costa Rica.
Tive uma experiência não tão agradável
envolvendo canudos plásticos no meio ambiente, veja:
Durante uma viagem de férias, fui praticar
mergulho livre em uma praia linda do litoral do Nordeste do nosso país, quando para
minha surpresa, em vez de encontrar muitos seres aquáticos, dei de cara com
centenas de canudos plásticos submersos e fincados na areia.
Despendi então algum tempo e fôlego para
retirar alguns canudos do solo e levar para fora d’água. Enquanto saia com
aquela coisa colorida em minhas mãos várias pessoas vieram até mim perguntar do
que se tratava aquilo tão colorido e bonito que eu acabara de retirar da água, para
a decepção minha e deles eu respondia: são canudos plásticos.
Mais
tarde descobri como eles chegavam lá. Geralmente quando tomamos uma bebida na
praia utilizando canudos, saímos e deixamos copos, latas e canudos nas mesas
para que o atendente do quiosque os retire, mas como no litoral do Nordeste venta
muito, os canudos eram levados para a água antes de serem recolhidos.
Assim, fica a dica para que possamos encaminhar
corretamente nossos resíduos, reduzindo assim o nosso impacto ambiental, de
forma que não prejudiquemos a vida marinha e nem as gerações futuras com nossas
ações.
Lembre-se, não é o ambiente que depende de nós,
nós é que dependemos dele.