segunda-feira, 30 de maio de 2016

Um planeta vivo


Planeta Terra é o nome dele, mas, esta pequena bola em que vivemos e que orbita uma pequena estrela chamada Sol, poderia perfeitamente ter o nome de Planeta Água, porque esta é bem mais abundante que terra firme, ou ainda chamar-se Planeta Vivo, veja o porquê:

Além de estar o planeta em que vivemos em plena transformação externa, seja naturalmente seja por ações do homem, ele também neste exato momento está sofrendo enormes modificações internamente.

Ocorre que, além das transformações visíveis, como por exemplo nas florestas, no seu relevo e nos mares, fora de nossa visão, mas logo abaixo dos nossos pés existe uma dinâmica incrível de acontecimentos.

Desde que a terra foi formada, à aproximadamente 4,5 bilhões de anos, ela vem se transformando, no início ela era formada de materiais em forma líquida e com altas temperaturas, mas com o passar do tempo a Terra foi esfriando de fora para dentro.

Porém, ainda existe uma quantidade imensa de material em estado líquido em movimento nas camadas mais internas do planeta chamado de magma, que quando escapa para a superfície recebe o nome de lava, que é aquele material que vemos sendo expelido por vulcões em atividade.

Esse magma que está em profundidade, extravasa porque está submetido a pressões e temperaturas altíssimas, e assim que a placa rígida que conhecemos como crosta terrestre sofre uma ruptura, aquele material tende a escapar por ela, evento que é conhecido como vulcanismo.

A atividade vulcânica pode ocorrer também no solo oceânico, podendo formar ilhas em meio a oceanos, como por exemplo o Havaí ou Açores, e podem ocorrer também nos continentes, formando montanhas como a Vesúvio, na Itália ou a Santa Helena nos EUA.

O material expelido por um vulcão é constituído por lava, gases e cinzas, e geralmente em grande quantidade, tanto que as vezes os espaços aéreos de vários países precisaram ser fechados devido a erupção de um único vulcão.

Interessante saber a diferença entre um vulcão inativo, que é aquele que há muito tempo não entra em erupção, mas ainda pode entrar, e um vulcão extinto que é aquele que não deve mais entrar em atividade.

A geologia é a ciência natural que estuda as propriedades e os processos que deram e dão forma ao planeta Terra, e o desconhecimento dessa dinâmica terrestre pode resultar em prejuízos muitas vezes irreparáveis para a natureza e em geral para a espécie humana. Afinal, quem nunca ouviu falar do caso da cidade de Pompéia, na Itália, onde por causa de um vulcão que entrou em atividade, aproximadamente 16 mil pessoas morreram.

A imensa quantidade de informações existentes hoje em dia, mostra o ecossistema Terra suscetível às transformações que muitas vezes tiveram como resultado extinções em massa de animais e vegetais, causadas por mudanças climáticas drásticas ocasionadas por processos internos e externos.

O que se espera em geral é que o homem possa diminuir sua interferência nas características naturais da Terra, pelo menos na parte externa, pois na parte interna ela nunca exercerá controle. 
Afinal de contas, acho que já deu tempo de perceber que em um embate Homem versus Natureza, a natureza pode até perder algumas batalhas, mas com certeza a guerra ela vencerá.

Para quem quiser saber de uma forma bem simples como funcionam alguns sinais de atividade interna do planeta e também conhecer um pouco sobre como é a dinâmica da erupção de um vulcão, sugiro um filme de 1997 que se chama O Inferno de Dante, que se não for passar hoje na sessão da tarde, você pode assistir pela internet, vale a pena.

Obrigado pela sua leitura.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

A Bolacha do mar! ...Ou seria Biscoito do mar?


A bolacha do mar, (Mellita quinquiesperforata), tem esse nome devido à forma de seu corpo, que é arredondado e também achatado, e é um animal que faz parte de um grupo chamado de equinodermos, (echinos = “espinho”; derma = “pele”), ao qual pertencem também os ouriços e as estrelas-do-mar.

Algumas das principais características deste grupo são, possuir um esqueleto calcário interno, não possuírem cabeça e não possuírem cérebro, mas, são os espinhos a característica mais marcante desses animais, já que para eles os espinhos não servem só para a defesa, servem também para a locomoção.

Além dos espinhos, existem também os pés ambulacrais, que são estruturas presentes entre os espinhos só que mais maleáveis, utilizadas também como órgãos sensoriais.  Através de um sistema interno chamado de ambulacrário, a pressão da agua é controlada e assim as duas estruturas, os espinhos e os pés ambulacrais são movimentadas proporcionando a locomoção do animal.

A bolacha do mar pode ser encontrada nos EUA, e por toda a costa da América Central e do Sul, vive geralmente enterrada na areia das praias em rasa profundidade, por isso é que aqueles que se deparam com elas nas praias geralmente as percebem quando estas estão se movimentando já embaixo dos pés do banhista, causando uma sensação de formigamento.

A boca da bolacha do mar fica na parte ventral do animal e é composta por uma estrutura de cinco dentes mastigadores, sua alimentação é formada em geral por partículas orgânicas retiradas da região onde vivem.
Os principais predadores da bolacha do mar são alguns peixes, aves, caranguejos e alguns mamíferos.

As fendas no corpo da bolacha do mar são para que durante a correnteza a água possa passar e não partir o corpo dela.
As diferenças entre os sexos desse animal não existem externamente, e sua reprodução ocorre através de fecundação externa, ou seja, no meio ambiente, processo esse que dará origem a um ovo e posteriormente uma larva.

Pesquisas feitas em algumas praias do nordeste do Brasil à alguns anos, comprovaram que a maior incidência de bolachas do mar em certas regiões estava relacionada diretamente à quantidade de nutrientes no ambiente, principalmente áreas próximas onde desaguam rios e canais.

Recentemente em uma visita que fiz a uma praia do litoral sul de são Paulo, presenciei uma enorme quantidade de bolachas do mar como jamais tinha visto. Não era possível andar dentro do mar sem esbarrar com elas.

Provavelmente isso acontecia por dois motivos, estar eu em uma região próxima a canais que desembocavam na praia e também porque talvez acontecia naquele momento uma etapa da reprodução desse animal, já que, quando uma fêmea começa o processo de liberação de óvulos, as outras fêmeas são estimuladas a se juntarem e a fazerem o mesmo, atraindo também os machos para a liberação dos espermatozoides. 

Foi esta experiência que me incentivou a escrever sobre este curioso animal marinho, a bolacha do mar. Ou será biscoito? Rs.