quarta-feira, 1 de março de 2017

Rastros humanos



Quando nos deparamos com a palavra rastros, logo vem a nossa mente marcas como as pegadas deixadas por animais em locais pelos quais tenham passado. Mas quantos de nós, seres humanos, será que já pararam para pensar em que rastros estamos deixando no planeta durante essa nossa estada por aqui?

Segundo os cientistas, os humanos existem há cerca de 195 mil anos, isso é menos de 0,01% da história terrestre, que é de 4,5 bilhões de anos, mas, já alteramos tanto a química e a biologia do planeta que, em 1995 o cientista holandês Paul J. Crutzen, Nobel de Química daquele ano, criou um novo conceito, que seria uma nova época na história geológica do planeta, o Antropoceno.

As Eras, Épocas e Períodos são unidades usadas para dividir o tempo geológico do planeta baseadas nas grandes mudanças que ele sofreu, segundo Crutzen, o Antropoceno teria seu início na época em que o ser humano começou a alterar consideravelmente as características do planeta, ou seja, começou a deixar sua marca definitiva. 

A única discussão entre os cientistas seria definir se essa época se iniciou há 200 anos atrás com a revolução industrial, ou deveria ser considerada já em meados de 1945, visto que os sedimentos já estariam contaminados devido aos testes nucleares.

E essas alterações continuam a ocorrer até hoje, na porção terrestre, por exemplo, com a construção de cidades e a expansão da agricultura mudando completamente o relevo. Na atmosfera, com o lançamento de gases tóxicos, nos rios, lagos e oceanos com o despejo de fertilizantes e metais pesados, além das alterações feitas nos cursos de rios para a construção de represas e se não bastasse, tudo isso ainda causando extinções de outras formas de vida.

Mais da metade das pessoas do mundo já moram em áreas urbanas, e segundo ainda os pesquisadores, no futuro, os geólogos irão encontrar sedimentos muito diferentes ao analisar nossas áreas costeiras, elas serão camadas geológicas com concreto, metal e plástico.

Mas, será que o homem não se dá conta do que está fazendo?

Minha opinião é que isso tem muita relação com uma coisa que está presente no nosso dia-a-dia: o lixo doméstico. 
Vejam, cada vez que um cientista afirma, por exemplo, que a atmosfera está sendo afetada pela queima de combustíveis fósseis, e que isso está causando o aquecimento do planeta, ainda há quem duvide de tais afirmações só porque não está vendo nada acontecer no céu!

Acho que o homem é muito de se impressionar somente com aquilo que ele pode ver, pois, de uma forma geral a partir do momento em que o problema não é visto, é como se não existisse, e vida que segue.
Fico imaginando o que já há de lixo depositado no solo dos oceanos, mas há quem duvide, afinal de contas não está vendo nada!

Nas minhas últimas férias fui pescar na região de Santos-SP, e foi justamente por essa pescaria que resolvi escrever sobre o assunto do impacto do homem na terra, já que foi a primeira vez em que pesquei mais lixo do que peixe. 
Fiquei realmente abismado com a quantidade de plástico que vi, imagino a quantidade de lixo que existe, mas já não vemos mais. 

Isso só reforça a teoria do cientista que citei acima, que existirão no futuro camadas geológicas de plástico, e isso é realmente lamentável.

Quando me deparo com esses “rastros humanos”, me pergunto: Será que o homem é tão inteligente quanto pensa? Pois, que outro animal destrói o próprio habitat? 

Obrigado pela leitura!