segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Arara-azul


Psitacídeos é o nome dado ao grupo de aves que possuem como principal característica o bico arredondado e forte, e que é usado para quebrar e descascar sementes. Alguns exemplos desse grupo são: os papagaios, as cacatuas, os periquitos e as araras.

A Arara-azul, (Anodorhynchus hyacinthinus), é o maior psitacídeo do mundo podendo atingir 1,0 metro de comprimento da ponta do bico a ponta da cauda, ela pode chegar a pesar até 1,5 kg.
Sua plumagem azul é mais escura nas asas, o bico é cinza escuro e a mandíbula e o contorno dos olhos são amarelos.

Ela pode ser encontrada nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Maranhão, Bahia, Pará e Minas Gerais, geralmente observadas em bordas de matas e beira de rios onde há palmares.

Sua alimentação é basicamente formada por castanhas de frutos. Elas primeiro comem os frutos e eliminam os caroços, passado um tempo e já após a ação dos ventos e da chuva que deixam os caroços mais limpos, elas descem ao chão para quebrar a casca e comer a castanha.

Enquanto a alimentação acontece, sempre uma delas fica de sentinela para proteger o grupo, e a qualquer sinal de perigo ela abre o berreiro para que todas as companheiras se retirem do local imediatamente.

Como a maioria dos psitacídeos as araras são fiéis entre si, o casal passa a maior parte do tempo junto dividindo as tarefas e trocando carinhos, elas alisam e limpam as penas do parceiro, e esse carinho é chamado de “alopreening”.

A fêmea bota de 1 a 3 ovos e a incubação dura de 28 a 30 dias, durante esse período o macho fica responsável pela alimentação de ambos.
Após 3 meses de nascidos os filhotes já estão dando seus primeiros vôos e começando a se alimentar por conta própria.

Uma curiosidade é que as araras podem eventualmente ingerir um pouco de terra dos paredões onde elas costumam fazer seus ninhos, e isso acontece para que elas absorvam alguns sais minerais presentes no solo para compensar a falta deles no organismo.

Vimos acima que essa arara pode ser encontrada em vários estados brasileiros, mas porque será então que ela faz parte da lista de animais ameaçados de extinção?

A resposta é simples e infelizmente comum, além dos predadores naturais que atacam seus ovos, como os urubus, os gambás, e os quatis, as queimadas e o desmatamento causados pelo homem, infelizmente colaboram e muito para que essa ave se encontre nessa situação.


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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Simples carroceiros ou agentes ambientais?


Quem mora ou passa pelas grandes cidades, já se acostumou a conviver com os catadores de papelão e seus carros gigantes rodando pelas ruas. Pois, quem nunca teve que desviar de um desses enquanto dirigia ou era passageiro?

Geralmente, com suas carroças feitas de carcaça de geladeira ou madeira tosca, essas pessoas muitas vezes sustentam uma família inteira com essa atividade, e se por um lado são mal vistas por atrapalharem o trânsito e causarem poluição visual à cidade, por outro lado são essas pessoas que recolhem toneladas de lixo que tiramos de nossas casas e jogamos em nossas ruas.

O trabalho dos carroceiros contribui com a despoluição da cidade, pois dá-se o destino correto a alguns materiais e ameniza possíveis enchentes que possam ocorrer por causa desse lixo, apesar de infelizmente ainda ser comum vermos pneus e garrafas pet boiando pelos córregos.

Todo esse material depois de recolhido geralmente é vendido para os chamados ferros velhos, que posteriormente encaminham para empresas de reciclagem ou cooperativas. Todo esse processo colabora diretamente com a preservação do meio ambiente e também com a geração de emprego e renda.

Em um ferro velho de médio porte, em média, são depositados aproximadamente 7.000 kg de ferro, 10.000 kg de papel, 200 kg de alumínio e 100 kg de cobre por mês, esse último sendo o de maior valor comercial.

Muito importante lembrar que temos também o lixo eletrônico, são toneladas de monitores, impressoras, teclados e celulares que ficam ultrapassados e são substituídos com uma rapidez surpreendente. É importante saber que metais pesados como o mercúrio, o cádmio e o chumbo estão presentes nesses equipamentos e podem causar grandes danos ao meio ambiente e ao homem se descartados incorretamente.

Um carroceiro trabalhando de segunda a sábado, pode ganhar até um salário mínimo por mês, sendo esse o único recurso que irá dispor para se sustentar. Tenho um exemplo bem próximo a mim, um senhor sem estudos, que recolhe os recicláveis do bairro para com isso propiciar ao filho um futuro melhor que o dele, pois com essa renda ele paga os estudos do filho.

Vale lembrar também que, apesar de serem sim um tipo de agentes ambientais práticos, contribuindo com a coleta de materiais recicláveis, o aumento de pessoas nessa atividade está diretamente ligado ao desemprego e a crise pela qual passa o país.

Tenhamos fé então, que um dia uma atividade como essa seja apenas uma opção de trabalho para algumas pessoas, e não a única saída para algumas famílias não passarem necessidades.

E como se diz nos dias atuais, #fica a dica, façamos pelo menos nossa parte dentro de casa, a separação do lixo orgânico do reciclável.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A Coruja Suindara



A Coruja Suindara, (Tyto alba), é comumente chamada de coruja-da-igreja ou coruja-das-torres, e isso se dá porque essa espécie de coruja habita além das florestas, também as grandes cidades, e o local em que costuma ser observada empoleirada é principalmente nas torres de igrejas, onde também faz seus ninhos.

Essa ave tem sua distribuição muito ampla, se estendendo desde as Américas, África e também Europa, aqui no Brasil pode ser encontrada em todo o território.

Ela é considerada uma excelente caçadora, e esse sucesso na hora de caçar se dá por algumas características que esse animal possui, veja quais são elas:

Através da foto pode-se observar claramente o formato das penas de sua face, que funcionam como uma antena parabólica captando o som ao seu redor e enviando diretamente aos ouvidos.

A visão dela também é muito aguçada, pois suas pupilas são bem dilatadas lhe proporcionando uma ótima visão noturna. E por fim, as penas do corpo, que absorvem o impacto com o ar e não fazem nenhum barulho quando ela está voando, não alarmando assim a presa, que será pega de surpresa.

Essa espécie alcança em média 35 centímetros de altura e pesa entre 300 e 400g. Sua alimentação é composta principalmente por ratos e insetos, e em uma única noite uma coruja como essa pode capturar até seis camundongos, ficando claro então a importância dela para nós, já que faz um controle biológico dessa praga.

Depois de caçar e engolir um rato inteiro, e passadas algumas horas, ela regurgita uma bola de pelos, bola essa que contém em seu interior os ossos do animal que foi devorado.

Uma história que ouvi uma vez e acho importante de aqui registrar é a seguinte:

Um filhote de coruja uma vez caiu do ninho, algumas pessoas temendo que ela pudesse trazer azar apedrejaram esse filhote para tentar mata-lo, por sorte uma outra pessoa recolheu o animal já ensanguentado e o encaminhou para um zoológico, onde depois de muito trabalho os veterinários e biólogos conseguiram evitar que ele morresse.

E é por esse tipo de história que acho muito importante acabarmos com essas lendas absurdas que ainda resistem entre alguns, é preciso saber e fazer saber que um animal desses não nos traz mal algum, mas o contrário, como vimos, eles só nos ajudam e possuem assim seu papel importante na natureza, como nós considerados animais “sapiens” também deveríamos ter.

Obrigado pela leitura!