quinta-feira, 6 de julho de 2017

Unicórnios existem!


Quem foi que disse que unicórnios não existem? 

Existem sim, mas não daquele tipo que você está pensando, provavelmente um pequeno cavalo branco com um corno pontiagudo na testa, nesse caso se trata de um cetáceo chamado Unicórnio-do-mar, (Monodon monóceros), também conhecido como Narval e que vive nas aguas geladas do Canadá e da Groelândia.

 Mas o que é um cetáceo, e quem é esse tal de Unicórnio-do-mar? 

Cetáceos são animais mamíferos exclusivamente aquáticos, como por exemplo as baleias e os golfinhos. Os cetáceos possuem em seu corpo adaptações que lhes permitam viver nesse ambiente, como um corpo hidrodinâmico, uma grossa camada de gordura para proteção de baixas temperaturas, a migração das narinas para o alto da cabeça, a redução na quantidade de pelos e a locomoção por propulsão pela cauda em posição horizontal.

O Unicórnio-do-Mar se trata de uma baleia, onde os machos possuem um dente canino esquerdo que se alonga, rompendo a carne do animal e podendo chegar de dois a três metros de comprimento, dando assim a impressão de um corno saindo da cabeça, daí seu nome, unicórnio.

Essa estrutura é oca e pode chegar a pesar dez quilos. Durante um bom tempo ela foi ligada somente a característica sexual do animal, já que somente os machos as possuem. Mas, através de pesquisas recentes e com equipamentos mais modernos como por exemplo os drones, pode-se observar que esse dente longo também é utilizado para a alimentação, já que eles o utilizam para desorientar os bacalhaus do Ártico ao atingi-los rapidamente, deixando-os assim atordoados e fáceis de serem devorados.

O cientista canadense Clint Wright, que já fez várias expedições ao Ártico para estudar os Narvais, relatou em uma entrevista que, segundo ele o dente alongado dos narvais por estarem ligados ao tecido nervoso do animal, podem ajudar na navegação pelas aguas congelantes daquela região.

Durante a Idade Média, alguns povos europeus acreditavam que a presa era na verdade um chifre de unicórnio e teria poderes mágicos, o que acabou levando ao aumento da caça, principalmente pelos vikings e outros povos do norte, que revendiam o produto pelo continente.

Até hoje esses animais são caçados, sua carne e pele são utilizadas como alimento e seus ossos utilizados para confeccionar ferramentas, mas essa caça é controlada e não chega a ser uma ameaça para a espécie.

A única ameaça atualmente para os Narvais é o aquecimento global, já que com o aumento da temperatura dos oceanos, a formação de gelo fica instável e acaba por enganar as baleias, que ao subirem para respirar se deparam com placas de gelo gigantescas desprendidas do continente e acabam por se afogar.

Os membros da União Europeia proibiram a importação de presas desse animal e discutem outras maneiras de ajudar na preservação da espécie com o objetivo de garantir que as futuras gerações possam conhecer esse animal, o “diferentão” Unicórnio-do-Mar.