Talvez quando você se depare com o nome Nautilus, (do
grego, “marinheiro”), logo o associe ao submarino que recebeu o mesmo nome na
grande obra de ficção escrita por Júlio Verne, Vinte Mil Léguas Submarinas.
Porém, o que muitos não sabem é que o Nautilus realmente
existe, mas não é um submarino, e sim uma espécie de um molusco marinho de
aproximadamente 20 centímetros e que geralmente é confundido com caracóis.
Esse animal é um cefalópode. Cefalópodes são um grupo de
animais marinhos que possuem como principal característica os pés modificados
para tentáculos em suas cabeças, e que existem desde o período cambriano, cerca
de 542 e 488 milhões de anos.
Os parentes próximos e mais conhecidos do Nautilus são os
polvos e as lulas, e assim como seus primos esse animal possui células pigmentares
chamadas de cromatóforos, que dão a eles a capacidade de mudar de cor para se
camuflarem no ambiente conforme a necessidade.
Diferente do polvo ou da lula, o Nautilus possui uma concha
calcaria protetora que é dividida em várias câmaras, ele ocupa a última delas e
as demais cheias de ar são utilizadas como aparelho hidrostático, para ele
flutuar. Perceba que esse esquema de flutuabilidade utilizando câmaras é o
mesmo usado pelos submarinos.
O Nautilus é um animal predador, ele possui de 60 a 90
tentáculos sem ventosas e olhos grandes e bem desenvolvidos, que são utilizados
para caçar seu alimento, em geral peixes e pequenos crustáceos.
Para nadar ele utiliza uma única barbatana, localizada no
abdômen, possui ainda um órgão sensorial que o ajuda a manter-se equilibrado,
essa estrutura chama-se estatocisto, além disso, também como seus parentes
próximos, pode se utilizar de um jato d’água expelido por uma cavidade em forma
de funil chamada de sifão, para fugir de predadores, mas mesmo assim é considerado
um animal lento.
Na classificação científica, o filo Mollusca é o segundo
maior filo animal com mais de 80.000 espécies viventes, perdendo somente para o
filo Arthrópoda. Dentro do filo Mollusca, a classe dos cefalópodes, onde o
Nautilus, as lulas e polvos fazem parte, é representada por apenas 650 espécies
viventes.
O ramo da biologia que estuda os moluscos chama-se,
malacogia, e o especialista em malacologia é o malacólogo.
Pesquisas realizadas por cientistas, através de fósseis, indicam uma queda muito grande no número de cefalópodes nos
oceanos no decorrer dos anos. E por mais que muitas espécies tenham
desaparecido já há muito tempo e por seleção natural, não podemos negar que a
espécie humana certamente hoje em dia colabora para o declínio de espécies que
vivem nos oceanos, já que infelizmente o cuidado com o berço da vida não faz parte das
prioridades dos homens.